O impacto do uso das tecnologias em saúde na população não está restrito a mudanças nas taxas de morbimortalidade, mas também ao impacto funcional e subjetivo na vida dos indivíduos, a avaliação da qualidade de vida permite aferir o impacto da tecnologia no estado geral de saúde do paciente, o que inclui aspectos físicos, sociais e emocionais.
A qualidade de vida pode ser medida por instrumentos específicos para determinada patologia ou por instrumentos genéricos, que são compostos por itens que incluem a avaliação da saúde física e mental.
Quando utilizamos o mesmo instrumento em diferentes condições de saúde, é possível comparar o impacto do uso de diferentes tecnologias, em relação aos seus benefícios e custos.
Existem diferentes instrumentos para medir a qualidade de vida e as medidas baseadas nas preferências dos indivíduos por determinados estados de saúde são frequentemente utilizadas nas analises econômicas.
Instrumentos de utilidade multiatributos (MAUIs), como EQ-5D e SF-6D, podem ser usados para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde em um ensaio clínico ou estudo observacional, fornecendo valores de utilidade como desfechos.
Embora válidos e confiáveis para muitas aplicações, esses instrumentos são críticados pelo foco em uma gama estreita de domínios da saúde, pois focam em resultados mais amplos, como a manutenção da independência. Estes instrumentos podem não ser sensíveis para estimar o impacto da tecnologia em alguns domínios importantes, como a cognição e a visão.
O grupo EuroQol está desenvolvendo um novo instrumento, o EQ Health and Wellbein (EQ-HWB) que possui 25 itens e inclui na sua avaliação o impacto da tecnologia também no cuidador.
Pelas diferenças culturais, a literatura recomenda que cada país tenha sua própria tabela de valores de índices de utilidade para construção dos algoritmos.